Qi Gong -Na Busca da Saúde e Bem Estar

19/01/2013 18:49

QI GONG ( LÊ-SE: TI KUN )

Curioso notar como a Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Ocidental são ao mesmo tempo divergentes e semelhantes. Semelhantes porque resguardam um mesmo objetivo: a busca da saúde e do bem estar humano, a luta pela vida e pela qualidade de vida. Divergentes pelos meios distintos de que se utilizam para buscar esse mesmo fim. Enquanto Ocidente centra seus recursos no tratamento e diagnóstico das doenças, desenvolvendo a cada dia novos medicamentos, técnicas cirúrgicas e novo diagnóstico, A China milenar baseou sua medicina sobretudo na prevenção das enfermidades.

Com esse intuito, os antigos chineses postularam padrões para definir a saúde ( que não se restringe meramente a ausência de doenças) e desenvolveram estratégias para mantê-la. Para a China antiga, a saúde era o estado de equilíbrio entre as diversas formas de energia da natureza, para se ter saúde nada poderia exceder ou faltar. Postulou então que a natureza se fazia de duas forças ao mesmo tempo opostas e complementares e que, no estado de equilíbrio, nenhuma delas deveria preponderar sobre a outra. A essas forças chamaram Yin e Yang. Elas representam dois pólos antagônicos dos fenômenos da natureza, o Yin, tendo características de introspecção, aquiescência, inatividade, enquanto o Yang seria a expansão, a subida, o movimento. Assim é que a noite representa o Yin e o dia Yang, e assim respectivamente, o frio e o calor, a terra e o céu. O excesso ou falta de um deles seria a causa para o´início de todas as doenças.

Com intuito de restabelecer e manter esse equilíbrio, evitando e revertendo o adoecimento, desenvolveu-se a Medicina Chinesa. Dentre seus muitos recursos, figura o Qi Gong. Essa prática de exercícios, de tradição milenar na China, tem impressionado o Ocidente. E se por vezes, seus efeitos foram tidos como mágicos, atualmente pesquisas científicas tem mostrado que essa prática pode fazer diminuir a freqüência cardíaca e a pressão arterial, melhorar o suprimento de sangue dos tecidos, atenuar a dor e a depressão, aumentar a eficiência do sistema imune, aumentar o fluxo linfático, acelerar a eliminação de metabólicos tóxicos, aumentar a eficiência do metabolismo celular e a regeneração tecidual, coordenar a dominância dos hemisférios cerebrais direito/esquerdo, promover sono profundo e claridade de pensamento, reduzir a ansiedade, potencializar a concentração mental, moderar a função do hipotálamo, da glândula pituitária e pineal, diminuir a dor e o cansaço e muitos mais. São pelos efeitos tão ou mais impressionantes que esses, que o Qi Gong tem chamado a atenção de cientistas em todo o mundo, tendo aumentado muito o número de pesquisas científicas que constatam sua eficácia e investigam seus mecanismos de ação.

Por suas razões terapêuticas é usado na China em muitos hospitais, em associação com a medicina convencional, sobretudo no tratamento de câncer tem se obtido resultados alentadores. No hospital Kuangan, em Beijing, 93 casos de câncer maligno avançado foram tratados com uma combinação de drogas e exercícios de Qi gong, enquanto um grupo controle de 30 pacientes foi tratado somente com drogas. dentre os pacientes do grupo de Qi Gong, 81% tiveram ganho de força, 63% aumento de apetite e 33% deixaram de ter diarréia. No grupo controle essas porcentagens foram de 10%, 10% e 6%, respectivamente.

Existem mais de 3000 formas de Qi Gong, separados em 2 grupos: o interno e externo. O interno é praticado pelo indivíduo para a melhoria da própria condição de saúde. Baseia-se em 3 postulados: postura, respiração e consciência, e num estado mais avançado: o cultivo de caráter moral. No Qi Gong externo, um médico Mestre, projeta sua própria energia sobre um paciente melhorando as condições de saúde desse. Com relação a esse tipo de Qi Gong , no anos 80, Lu Yan Fang, Cientista do laboratório Acústico Nacional em Beijing, descobriu que as mãos do mestre emitiam altos níveis de ondas acústicas de alta freqüência. Apesar de emitirem ondas sonoras desse tipo, as dos " Médicos Mestres" eram cerca de cem vezes mais potentes que a média normal da população e mil vezes mais potentes que a de doentes. Segundo estudos conduzidos por Fong Li-Da, Medico do Instituto de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing, um Mestre de Qi Gong, praticando o Qi Gong externo, seria capaz de matar ou promover o crescimento de bactérias em tubos de ensaio. Esses fatos explicam, em parte, o princípio pelo qual age o Gong externo.

Mas muito mais ainda esta para ser esclarecido com relação a essa ciência milenar que vem se mostrando cada vez mais impressionante aos olhos do Ocidente. Esperamos que nos próximos anos ele possa ser definitivamente incorporado ao arsenal terapêutico médico ocidental e aos hábitos da população mundial. Tal fato implicaria não somente na melhoria da qualidade de vida da população como também na economia de milhões de dólares gastos com saúde todos os anos

Por
Dr. Carlos Moryama Médico Acupunturista - Mestre em Qi Gongjornalismo@planetanatural.com.br